16:58O homem certo para o lugar certo…

Do correspondente em Brasília

O mandato do vereador londrinense Filipe Barros ficou marcado pela censura que recebeu da Câmara Municipal por ter chamado de “vagabundos” participantes de uma greve realizada no final de abril de 2017. Vídeo que postou nas redes sociais registrava sua várias passagens num local de concentração de grevistas – esbravejando contra eles.
Barros não concluiu o mandato: foi eleito deputado federal pelo PSL. Sua ação mais chamativa no cargo foi o mandado de segurança que impetrou no STF (ainda sem resposta) contra a instalação da CPI Mista destinada a investigar a profusão de fakes news na eleição passada. Os bolsonaristas foram os recordistas na disseminação de fakes news.
Essas duas ações devem ter convencido o presidente Jair Bolsonaro de que Barros é o homem certo para o lugar certo: compor a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos. Barros é um dos quatro aliados do presidente nomeados ontem para substituir integrantes independentes da comissão – como a presidente, procuradora da República Eugênia Gonzaga – ou de esquerda, como o deputado petista Paulo Pimenta.
A troca ocorreu ainda no calor da indignação popular contra a ofensa que Bolsonaro fez à memória de Fernando Santos Cruz, pai do presidente da OAB, Felipe Santos Cruz, que ele acusou de ter sido executado, em 1976, por seus companheiros de luta armada durante o regime militar. Documento oficial, revelado por essa comissão, mostrou que Fernando – que não participou da luta armada – foi morto pelas forças de repressão do regime.Documento que, como os demais sobre a repressão, o presidente classificou como “balela”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.