De Rogério Distéfano, no blog O Insulto Diário (http://www.oinsultodiario.com/)

Curitiba enfim sobreviveu à ocupação das tropas lulistas. Não foi nada, até ajudou a economia, embora o comércio estivesse fechado, tradição do Primeiro de Maio. Estive lá, foi um espetáculo bonito, democrático, ainda que exagerado nas gleisices (termo genérico para coisas estúpidas ditas em defesa de Lula, nunca da boca das cabeças efetivamente pensantes do PT). Curitiba foi receptiva, mostrou que a hostilidade contra os acampados de Santa Cândida não representa a natureza da cidade e de seus habitantes.

Podemos ser conservadores, mas somos educados, acolhedores e – a coisa começa a mudar – até solidários.

Se passou percebido aos curitibanos não sei, passou percebido a este curitibano: a nota do prefeito Rafael Greca insistindo na transferência do preso Lula de Curitiba. O que ele tem a ver com o trabalho da Justiça? Nada. A presença dos acampados provoca transtornos urbanos? Então ele que os resolva com os instrumentos adequados, incluída a cobrança pela demanda de serviços públicos por aqueles que alugaram os imóveis para instalação dos acampados.

O prefeito aposta na credulidade de seus eleitores, dá uma no cravo do conservadorismo e pede a mudança do preso ilustre.

A classe média assustada e iludida que o elegeu pode comprar o empenho do prefeito. Mas Rafael Greca, como o mineiro devorado pela esperteza, dá outra, agora na ferradura: Lula deve ser transferido para ficar perto da família, em São Paulo. Um lua preta da prefeitura sacou a jurisprudência Paulo Maluf, apud ministro Dias Toffoli. Vai além o prefeito sabidaço: alisa Lula e a militância: um líder político, presidente que operou transformações no Brasil, etc, etc. Sabugismo tão oleoso que dá pejo de transcrever.

Rafael Greca representou para platéias antagônicas. Ele não sabe mais o que é platéia depois de castrar os festivais culturais que deram a marca e a imagem de Curitiba.