por Célio Heitor Guimarães
Numa só palavra, o julgamento da chapa Dilma-Temer pelo TSE na última sexta-feira: vergonha! Um acinte à inteligência da população. Não direi que o resultado maculou a justiça porque os quatro eminentes “juristas” que absolveram a dupla supracitada, incluindo o empafiado, exibido e aborrecido presidente da egrégia corte, não representam nem de longe a justiça brasileira. Mas que ela foi injuriada, isso foi.
E esse infeliz e boquirroto Gilmar ainda tem o desplante de reclamar da unanimidade pensante que condenou o seu lamentável procedimento. Assegurou, em entrevista ao jornal Folha de S Paulo, que o colendo tribunal que preside “contrariou pressão de grupos de mídia e de setores políticos que queriam resolver a crise com a cassação de Temer”.
Com efeito, excelência! A opinião pública não é imbecil, como imagina v. exª. O vosso julgamento, assim como o de seus servis colegas, foi de um cinismo atroz, desnudando toda a sua incoerência, através de um exercício de malabarismo lamentável, em descompasso com a vossa própria casa de origem, o STF.
– O que se queria? – indaga GM. “Que o TSE resolvesse uma questão política delicada?”
E não foi o que ele fez? Gilmar e seus fiéis discípulos, fechando os olhos, descaradamente, para a robusta prova dos autos, julgaram politicamente uma questão jurídica. Como justificativa, argumentaram que a cassação do atual ocupante da presidência da República “lançaria o país em quadro de incógnita”. E qual será o quadro que advirá da manutenção no poder de um presidente sem credibilidade e sem apoio político/popular – ele sim cercado de incógnitas –, excelência?
V. Exª., ínclito ministro Gilmar Mendes, com todo o respeito, é figura carimbada não apenas no campo jurídico. Por usar toga, pode julgar como bem entender, posto que isso, como se sabe, não lhe causa nenhum constrangimento. Mas, por favor, não diga que, no caso em pauta, julgou “em nome do povo”. Essa afirmação nos insulta, para dizer o mínimo.
O procurador-geral eleitoral Nicolao Dino, presente ao julgamento da sexta-feira e a quem GM pretendeu admoestar, tem razão ao observar que “o que se achou que era um tumor tomou o corpo em metástase. O sistema político apodreceu”.
E não só o sistema político, doutor Nicolao. As células malignas já se estenderam ao Judiciário e expandem-se desavergonhadamente. Graças aos céus ainda se tem ali um Herman Benjamim, uma Rosa Weber e um Luiz Fux. Especialmente o juiz-relator Benjamim, que, com competência, coragem e inteligência, deixou o anonimato para ingressar na História.
De todo modo, este é um bom momento para cogitar-se de uma reforma político-administrativa séria, que inclua, entre outras medidas saneadoras, a extinção dos tribunais eleitorais. Até porque, ao que consta, o Brasil, se não é o único, é um dos poucos países do mundo a hospedá-los.
Representa sim,o Gilmar é a cara da justiça brasileira,arrogante e parcial,se fosse diferente não relutaria para expulsar esse bandido que está na presidência.
Dias destes numa audiência com um juiz aqui de Londrina,me deu vontade de perguntar a ele se se sentia enfastiado com a profissão,ele parecia louco para acabar logo com aquilo e ir tomar um uísque com vizinhos de condomínio e falar dos vinhos de Mendonça comprados no Paraguai por 1/4 do preço praticado no Brasil,ou o Bacalhau do Furuta de 6 cm ,menos fazer da justiça uma coisa seria.
Estamos podres,só falta bichar.