de Ticiana Vasconcelos Silva
E os sons se calam quando eu, distraída em minha sala, ignoro a realidade que neles habita.
O presente ausente e cada vez mais distante
À espera de uma notícia que nunca traga a minha doce redenção
Quisera eu me desvencilhar de tudo que não revela a verdade
Já que ela está por trás de tudo o que se vive
Seria possível, então, existir sem coexistir com outras coisas?
Ou seria loucura viver a solitude sem dar as mãos aos irmãos que mais precisam?
A lágrima que escorre, corre solta, beatifica e se dissipa em milímetros, não santifica a minha confissão
Apenas torna pura a minha intenção
De ser livre
Se já puseste o teu olhar sobre esta minha confissão e não pôde se orgulhar de ser aquele que saberia me dizer onde meus erros se tornaram inócuos
Ou o que me seduziria com as chaves que apaziguam os tormentos de tantas lástimas
Então não serás mais casto em sua tentação de me fazer cúmplice de seus arrependimentos hostis
Pois é quando me sinto mais vazia de dor que quebro as correntes deste amor insano que nos uniu
E mais me encanto, como um santo, com o que não se pode corromper quando se tem o mais sutil desvio
De ser fiel a um amor que nunca se viu