Do blog Cabeça de Pedra
Tão bonitinho… Cinza. Pequeno. Tem umas manchas que podem significar velhice. Está ali há muitas décadas. No pé da escada de pedra da entrada principal da casa. Já teve a companhia de muitos outros animas. Gatos, principalmente – mas também cachorros, como ele. Muitos. Aquilo era uma festa espalhada no terreno enorme e por dentro de todos os cômodos. Coisas da dona do pedaço que, agora, velhinha, mas ainda agitada, dorme num quarto em local especial de repouso a muitos quilômetros dali. Não soube o nome. Apenas olhei, gostei e fiz foto – ele sempre posudo. Depois, quando mostrei a imagem para alguém que frequenta o local há muito tempo, a surpresa. Ele, o cachorro cinza, de focinho comprido, é um limpador de sola de sapato desde sempre. Corpo de metal resistente – uma chapa mais ou menos fina, aguentou e aguenta anos ali, no tempo. De vez em quando alguém o pinta. Da mesma cor, sempre. Os olhos, negros, alertas, apontados na direção do muro em frente, onde, num canteiro, há uma centena de antúrios. Vai ver que é por isso que resiste – e assim ganhou um eterno admirador.