por Zé da Silva
Todos os presépios que pode, ele visita. Até viajou para o exterior quando soube de algumas exposições. Não, não era por causa do menino, dos pais, dos reis magos, das vacas, da estrela pairando em cima. Era por causa de Madelena, Maria Madalena. Desde criancinha, no colégio de freiras, se encantou com o nome e a história da pecadora convertida. E aquilo colou em algum lugar da sua mente. O tempo do aparecimento do menino na manjedoura e o dela, para ele, era um só, agora, para sempre. Mas nunca encontrou Madalena naquele cenário montado em milhões de casas no mundo para a chegada do Natal. Nunca conseguiram convencê-lo que era impossível ela estar ali olhando a criança junto com os outros. Então, um dia, de tanto procurar e não encontrar, ele resolveu a questão em casa mesmo. Montou a cena com esculturas em tamanho natural que encomendou a um grande artista. Duas. A dele e a dela. Se olhando.