No triste e longo espetáculo da negociação para o reajuste do funcionalismo público, onde quem paga a conta tem de ficar olhando como sempre, feito gado no curral esperando a hora de ir trabalhar com a canga cada vez mais pesada, o novo capítulo do picadeiro é a proposta dos nobres deputados que garante um índice de 3,45% em outubro e 4,56% em dezembro. E que ninguém ria. Não é piada. Há uma semana chegou à Assembleia Legislativa os seguintes números enviados pelo governo e que o presidente do Legislativo, Ademar Traiano, fez questão de mostrar na porta do Palácio Iguaçu, para o registro das câmeras: 3,45% divididos em três vezes e pouco mais de 8% em janeiro, o que daria mais ou menos 12%. Os professores, que comandam o show do lado do funcionalismo, com a greve interminável e a intransigência do sindicato, só aceitam 8,17% de uma vez. Se vão aceitar ou não a nova proposta, que agora está no colo do governador Beto Richa, são outros quinhentos. O fato é que tudo isso demonstra uma incapacidade generalizada de se resolver problemas onde ressalta um jogo político rastaquera.