O Congresso Nacional recorreu ao Supremo Tribunal Federal para implodir a decisão do Superior Tribunal Eleitoral que fez uma nova distribuição nas cadeiras dos estados na Câmara dos Deputados e, por tabela, nas Assembleias Legislativas. Entre os 13 estados que perderam lugares, o Paraná ficou sem uma vaga para deputado federal, passando de 30 para 29, e uma para deputado estadual, passando de 54 para 53. Na Câmara, entretanto, o número total de parlamentares continua o mesmo, ou seja, absurdos 513. Vale, portanto, prestar atenção na comparação feita pelo jornalista Fernando Rodrigues em seu artigo de hoje da Folha de S.Paulo para ter uma pequena noção do tamanho da nossa encrenca representativa e, pior, o que pode vir por aí:

… O Brasil tem 203 milhões de habitantes. Nos Estados Unidos, a população é de 315 milhões. Em Washington, o órgão equivalente à Câmara de Deputados tem 435 assentos. Os norte-americanos elegem apenas dois senadores por Estado, e não três.

Com mais de 20 partidos num Congresso com 513 deputados e 81 senadores, há quase sempre muito alarido improdutivo e poucos debates relevantes. No início dos anos 1960, a Câmara tinha 404 cadeiras. Veio a democracia e chegou-se agora aos incríveis 513 deputados federais.

O número pode crescer. A Constituição diz que nenhum Estado terá menos de 8 nem mais de 70 deputados. Em tese, se a população for aumentando (é esse o indicador para distribuir vagas), um dia poderá haver uma Câmara com mais de mil deputados. O horror, o horror.