Do Analista dos Planaltos
Seguindo a linha de raciocínio do advogado Kakay (Antônio Carlos de Almeida Castro – em recente artigo na imprensa), de que os métodos adotados na operação Lava Jato transformaram os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro em corresponsáveis pelo desastre brasileiro no combate à pandemia da Covid-19, porque, por tabela, ajudaram a eleger o governo Bolsonaro, o Ministério Público Federal do Paraná pode ter uma grande parcela de culpa ao permitir às concessionárias de pedágio do Anel de Integração participem das novas concessões.
Os termos dos acordos de leniência assinados entre as pedageiras e o MPF, sem a anuência do Estado, foram considerados extremamente benéficos para as concessionárias.
Apesar dos crimes confessados, as empresas limparam as suas fichas com o pagamento de irrisórias multas, obrigação de executar obras que estavam no cronograma inicial e que já haviam sido pagas pelos paranaenses e a redução das tarifas por alguns poucos meses. Em troca, as concessionárias eliminaram qualquer restrição de participar das próximas concessões.
Em síntese, o MPF colocou as concessionárias que exploram e sangram a economia do Paraná por 24 anos na disputa pela concessão das mesmas estradas por mais 30 anos. Um presentão de pai para filho.