DIÁRIO DA PANDEMIA
(*) O capitão D’Ofurô, esse que esbanja nossa água, me bateu um fio informando que tinha adquirido uma boneca inflável para lhe fazer companhia na solidão da pandemia. Rimou. E eu maldando que o que ele menos sentia era solidão! Estranhei que estivesse ele, um oficial ofurado em combate, a dar explicações a um civil com o qual não tinha qualquer tipo de laço. Até perguntei: “Por que você está me comunicando isso?” E ele disse. Tinha comprado uma réplica da Marylin, e que soube que eu tive uma igual, e que invejava meu bom gosto. Que dor foi aquela que senti? Foi ciúme? Foi saudade? Quase ia pedindo permissão ao biltre para ver sua boneca.Ora! Dois homens feitos brincando com boneca, faça-me o favor!
(*) A pena deslizava no papel como dedos apaixonados na pele do seu amor…não, ficou muito final do século dezenove. O lápis passeava sobre o papel como se fosse a pele da…da o quê? Daquela jararaca sem vergonha? Soa falso, preciso ser mais objetivo, foi-se o tempo que havia tempo para divagações, tempo de Françoise Sagan, e dá-lhe encher o texto com nadas. O lápis era seu próprio sexo, que ele passeava na… o cara escrevia com lápis? Meodeos! Capaz que usasse pincenê e calçasse polainas.E tomasse Veramon pra dor de cabeça. Ou A Saúde da Mulher, não sei porque eu disse isso. Recomeçando o texto: A pena deslizava…melhor: ele deslizava a mão nas suas penas e a ema olhou bem para ele e ameaçou: “Te bico. Tá querendo, é?”
(*) Coisas do futebol. O juiz apitou porque o cara tinha posto a mão na bola. O jogador se defendeu. Que não tinha posto a mão na bola coisa nenhuma. “Mal encostei no calção do companheiro”.
A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR E QUE ELETRIZA AS REDES SOCIAIS: “Quantos minutos nós temos de pólvora”?
Versão alternativa: ele deslizava a mão nas suas penas e a ema olhou bem para ele e disse: “Você é um homem doente!”