de Sergei Eisenstein,em Memórias Imorais
… Ao iniciar uma página, um capítulo e, de vez em quando, até mesmo uma frase, muitas vezes não sei aonde a sequência me levará, do mesmo modo que , ao voltar às páginas de um livro, não sei o que descobrirei no verso.
Que, portanto, o material seja retirado das profundezas de minhas reservas pessoais, que a evidência factual seja extraída da minha experiência pessoal. Resultará disso um universo de fatos inesperado e imprevisto, com muita coisa completamente nova: a justaposição do material, conclusões tiradas dessas justaposições, aspectos inusitados e “revelações” que derivam dessas conclusões.
A maior parte do tempo estas páginas são simplesmente um salto de trampolim, na medida em que, no próprio processo da sua escrita, encerram boa parte do que já existe em termos de conclusões e intenções pouco originais, quando algum elemento do tema exige subitamente e com insistência passar para o papel…
Tinha acabado de fazer o salto em comprimento, e um tipo que era amputado das duas pernas chega ao pe de mim e diz, “Como consegues? Costumamos ter pes planos, por isso nao podemos saltar no