de Hélio Pellegrino
Oh! A resignação das coisas paradas,
grávidas de silêncio, reverentes,
em sua geometria sem jactância!
A placidez das ruas acolchoadas
contra a dura cintilação do dia;
o recato das árvores, a prece
das esquadrias de alumínio ionizado
na fachada do edifício em frente!
Todas as coisas — em clausura — cumprem votos,
enquanto a vã filosofia do século
pensa que move o mundo.
(Rio, 9/9/87)