por Célio Heitor Guimarães
Se vivo fosse, Romeu Felipe Bacellar estaria fazendo, neste 08 de maio de 2020, 100 anos. Mas quem foi Romeu Felipe Bacellar? Alguns anos atrás, escrevi em uma coluna que assinava no extinto jornal O Estado do Paraná:
“Romeu Felipe Bacellar foi um idealista, obstinado pelo trabalho. Dirigiu por quase três décadas a secretaria do Tribunal do Estado como um apostolado. Mas não foi só aplicado. Era competente, sério, zeloso, ágil e criativo. Tinha também um acentuado espírito de liderança, sem ser impositivo ou arrogante. Administrava de portas abertas e atendia com presteza a todos, sem exceção, de desembargador a servente. O TJ era a sua vida. E, em uma época em que o expediente restringia-se ao período vespertino, chegava ao egrégio antes das nove da manhã e a ele se dedicava integralmente. Durante muito tempo, sequer contou com chefe de gabinete, assessor, telefonista – esse pessoal chamado de apoio. Atendia (e resolvia) tudo diretamente, sem intermediários: telefonemas, o público, gente da casa, magistratura, pautas de julgamento e secretaria das câmaras julgadoras. O gabinete era ele. Assim como era comum flagrá-lo atendendo a consultas de juízes das comarcas perdidas no interior do Estado, ao mesmo tempo em que minutava portarias, ofícios e telegramas (sim, naquele tempo, usava-se telegramas). O Judiciário paranaense deve muito a Romeu Felipe Bacellar. Muito mesmo! Ele foi precursor do Direito Administrativo no Paraná”.
Tenho muita saudade dele.