Da FSP
Stan Lee, um dos criadores da Marvel Comics, morre em Los Angeles
Um dos maiores nomes da história da cultura pop, o americano Stan Lee morreu na manhã desta segunda-feira (12), aos 95 anos, em Los Angeles. As informações foram dadas por sua filha ao site TMZ, que não explicou as causas da morte.
À frente da Marvel Comics, Lee ajudou a criar um panteão de super-heróis que incluem o Homem-Aranha, o Pantera Negra, o Homem de Ferro, o Hulk, Thor, os X-Men e o Quarteto Fantástico.
Nas últimas décadas, esses super-heróis renderam franquias bilionárias que se tornaram coqueluche hollywoodiana. Lee sempre fazia uma ponta nesses filmes. Estima-se que ele tenha acumulado uma fortuna de US$ 70 milhões (R$ 263 milhões).
O nova-iorquino nascido em 1922 começou sua carreira na virada dos anos 1930 para os anos 1940, no final da adolescência. Seu primeiro trabalho publicado, segundo o site Deadline, foi uma história em formato de prosa que saiu numa das edições de “Captain America Comics”.
Na Marvel, em 1961, ao lado de Jack Kirby, ele publicou a primeira edição de “Quarteto Fantástico”, que daria origem a uma nova gama de super-heróis diferentes dos que existiam até então e que estavam sob o guarda-chuva da DC Comics (caso do Super-Homem, da Mulher-Maravilha e do Batman).
“Até então, super-heróis eram quadrados e bem ajustados, mas os novos heróis [propostos por Lee] tinham fraquezas e problemas humanos”, lembra reportagem da revista Hollywood Reporter. “Peter Parker/Homem-Aranha, por exemplo, preocupava-se com a caspa e tinha problemas para namorar. Seus malfeitores tinham complexidade psicológica.”
Eram heróis com mais falhas e problemas mundanos, se comparados ao Batman e ao Super-Homem, da DC, por exemplo. Lee aplicou essas mesmas nuances às outras criações de que participou, como o Hulk e o Homem de Ferro. Graças a essas obras, ele se tornou o mais popular autor de HQs do mundo e fez a Marvel se tornar uma referência imbatível no gênero.
Esses personagens também se aproveitaram da turbulência cultural que afetou a cultura americana na segunda metade do século 20. Os X-Men, mutantes que lutam por tolerância e sofrem perseguição dos não-mutantes, ecoavam a luta de negros e mulheres que sacudiu os anos 1960 e 1970.
A Hollywood Reporter destrincha o seu método para criar tantos super-heróis: “Ele submetia as histórias a um ‘brainstorm’ com um artista, e então escrevia a sinopse. Depois de o artista desenhar, Lee preenchia os balões e legendas”.
Os últimos anos de Lee foram marcados por turbulências jurídicas. Em 2017, ele processou por fraude os executivos da POW! Entertainment, companhia que ele havia ajudado a criar para adaptar suas criações. Logo depois, abandonou a ação. Também processou o homem que gerenciava seus negócios e vinha sendo acompanhado pela polícia de Los Angeles, sob a suspeita de estar sendo vítima de maus-tratos.
Ele deixa a filha, J.C. Sua mulher, Joan, com quem ele estava casado havia 69 anos, morreu em 2017.