Por Ivan Schmidt
A edição dessa quinta-feira (3) da Folha de S. Paulo alardeia em manchete que “Temer usa máquina, demonstra força e barra denúncia na Câmara”. Mais abaixo estampa “Empresa acusa Venezuela de fraudar votação”.
O que há de semelhante entre essas duas notícias, mesmo em se sabendo que o governo Maduro na Venezuela falta pouco para se assumir como ditadura, posto que o governo Temer se proclame defensor irreprochável da democracia?
Sem firulas, o leitor está diante do mesmo prato servido com temperos muito próximos à fraude, pois se na Venezuela a própria empresa responsável pelo fornecimento da tecnologia utilizada no processo de votação, acusa o governo de adulterar em pelo menos um milhão de votantes no comparecimento às urnas no domingo passado – para eleger a nova Constituinte – o que se viu na Câmara dos Deputados em Brasília na quarta-feira (2), foi o resultado da verdadeira derrama de cargos na estrutura governamental e verbas milionárias distribuídas aos deputados na forma de emendas ao Orçamento.
O jornal paulistano publicou também na primeira página a foto do ministro Antonio Imbassahy (PSDB), da Secretaria de Governo, e o deputado Beto Mansur (PRB), um dos líderes do governo na Casa, discutindo num canto do plenário as emendas liberadas nos últimos dias que seriam exibidas como certificado de “convencimento” aos deputados basistas ainda indecisos.
Aliás, Imbassahy foi um dos 10 ministros licenciados do cargo para reassumir o mandato e, óbvio, votar contra a aprovação da autorização de mandar para o Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia contra Temer formulada pelo procurador Rodrigo Janot, da Procuradoria Geral da República (PGR).
Para que isso acontecesse a oposição teria de somar 342 votos, algo praticamente impossível na atual conjuntura, e ela acabou derrotada por 263 votos a 227. Por volta das 21h30 da quarta-feira, 238 deputados já haviam votado pela rejeição à denúncia de Janot com base na delação premiada do empresário Joesley Batista, tornando numericamente impossível o esforço oposicionista.
Às favas com a filmagem da entrega da mala com 500 mil reais ao ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, que certamente a partir de agora será pressionado a contar tudo o que sabe sobre o dileto amigo e protetor Temer.
“A vitória de Temer é a vitória da mala. Ao blindá-lo, os deputados deixaram claro que as provas não importam. O que mantém um presidente na cadeira é sua capacidade de submeter o Congresso com a liberação de verbas e nomeações”, escreveu Bernardo Mello Franco na prestigiadíssima página 2 do referido jornal.
Na verdade, vários dos deputados constrangidos a votar pela manutenção de Temer na presidência, caso contrário ele seria afastado do mandato por 180 dias até a decisão final do STF, afirmaram com uma candura digna de coroinhas e ajudantes de missa, que ao concluir o mandato no final de 2018, aí sim Temer deverá enfrentar a Justiça comum para se defender.
A maioria também garantiu estar votando pela aprovação da pauta de reformas, a principal bandeira do governo para a retomada do desenvolvimento econômico do país. A conferir.
O Planalto espera agora pelas demais denúncias contra o presidente, que o procurador Rodrigo Janot deu a entender ainda possuir. Já há quem opine, contudo, que a derrota da primeira denúncia esfriará o ânimo do procurador e tudo vai passar para o esquecimento.
O analista político Igor Gielow, na mesma Folha, diz que o semiparlamentarismo arquitetado por Michel Temer, um “monstrengo” na sua definição “ganhou vida própria” com a vitória de quarta-feira. Nada mais correto, infelizmente.
Pois é,ao menos na Venezuela sabemos quem manda,é claro que é o Maduro,mas aqui não sabemos qual ditadura vamos adotar já que temos umas par delas camufladas.
Adotaremos aqui a ditadura da justiça?Alias,essa é a pior delas,ou a da imprensa,até por que eu leio uma noticia no ESMAEL e no CAMPANA é tudo distorcido,cada qual servindo a um senhor,
E a ditadura monetária,agora mesmo vemos o dinheiro comprando reputações,comprando a justiça,comprando até pão com mortadela.
Se olhar em nossa volta essa pseuda democracia é uma verdadeira esculhambação,desde a nova republica,os anistiados hoje com raras exceções tem montanhas de dinheiro ou gordas aposentadorias,não me venham com esse bla-bla-bla com essa que a pior democracia é melhor que uma ditadura,por que isso aqui no Brasil é uma democracia para uns 2% que mamam e uma ditadura para os pobres e trabalhadores que não tem acesso as benesses dela.
E se hoje se fazer uma pesquisa que os publicitários nunca fazem por receio e só fazer que vai dar que a maioria do povo quer a volta dos militares.
Eu vou mais além Silvestre, a volta da Monarquia seria bem melhor….pelo menos só uma família iria roubar