Rogério Distéfano
Eleição nos EUA
Termina hoje a eleição presidencial nos EUA. Termina, sim, porque lá existe o voto antecipado. Resultado difícil de antecipar, as pesquisas oscilam como gangorra de gordo: mal se nota a diferença entre Hillary Clinton e Donald Trump, tanto oscilam minimamente para baixo e para cima.
A América, dividida praticamente ao meio, flerta com Trump e seu populismo fascista, que vocaliza o atraso, o preconceito, a ignorância e o isolacionismo. Nessa hora vem a lembrança da frase atribuída a muitos autores, de que os EUA transitaram da barbárie para a decadência sem passar pelo intervalo da civilização. A ver.
Nos poupem
Professores e estudantes escangalharam o Enem com a ocupação das escolas. A pauta contra o limite dos gastos e a reforma do ensino deu em redução do período letivo, não cumprimento do programa de ensino, gastos com salários de grevistas que não sofrem consequências. Quase trinta anos sem ditadura e nosso aprendizado de democracia resultou em greves selvagens, inconsequentes, de pautas farsescas. Sim, farsescas.
Por que não a greve contra o Supremo, que mantém no frizer os processos contra políticos – e os sucedâneos estaduais com os deputados ladrões? Ou contra o Senado, onde corre a PEC dos gastos, exato o alvo da greve, que não vota a PEC que impede o exercício de cargos na mesa a senadores processados (exato o caso do atual presidente, Renan Calheiros)? A liderança por trás dos ativistas não deixa, pois na linha de sucessão tem senadores da chamada esquerda, também processados. Nos poupem.
Mapa do tesouro
Analistas e analogistas babam sobre os resultados da eleição municipal. Só falta anunciar o Messias, tanta eficiência e resultado os eleitos prometem. Continuem assim por pelo menos seis meses, três depois da posse. Se não existem milagres, a coisa fica igual ou até pior. Igual porque não tem nada de novo em ideias. Pior porque não tem dinheiro. Menos Curitiba, que ainda pode encontrar o tesouro da Casa Klemtz.
Nada contra, tudo contra
Nada contra o que os juízes ganham. Bom para eles e pior para quem não está no sindicato deles. Mas pelo menos podiam mostrar serviço para os não sindicalizados que sofrem impostos pesados para pagar seus salários.
O Supremo esquece os processos contra os políticos; o ministro Toffoli tira de pauta processo contra Renan Calheiros quando a matéria estava decidida, seu voto e o seguinte não fariam diferença.
O TJ do Paraná finalmente desencantou o processo contra o deputado Nelson Justus (menos mal que o Paraná ganhou, pois o deputado exerce brilhante presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da assembleia legislativa – sic).
O TJ nos deve, ainda nos quatro anos de mandato do governador Beto Richa, a decisão sobre Ezequias Moreira, que desfruta de foro privilegiado criado para ele contra expressa e recente jurisprudência do Supremo dada no caso de – pasmem! – Lula.