Do analista dos Planaltos
Terminado o Carnaval, as articulações políticas para 2016 começaram oficialmente. A eleição municipal curitibana, se fosse hoje, seria disputada com lideranças no canto do ringue. Beto Richa, Gleisi Hoffmann e Gustavo Fruet vivem seus momentos de desgaste político. E como estarão no próximo ano? Tudo dependerá do patrimônio público que cada um deles acumulou, conjugado com a visão política que tiverem de todo o processo eleitoral.
A missão não é fácil. E mais difícil ainda para o governador e a senadora. Pela primeira vez em sua vida vivendo um desgaste político quase que absoluto, Richa tem pela frente a tarefa da recuperação da credibilidade junto à sociedade e, ao mesmo tempo, o fardo de contentar as bases políticas que naturalmente já estão preocupadas com as eleições municipais. Tudo isso em meio a um aperto de caixa que obriga total atenção ao fluxo de caixa do Estado. Resumo: ou opta por administrar as finanças ou por fazer política.
Já a senadora Gleisi enfrentará o estigma do PT. Seu partido aparece cada vez mais nas investigações da Operação Lava Jato. Terceira colocada na eleição majoritária paranaense de 2014, ela terá dificuldades para representar a oposição no Estado. Posição ameaçada por Roberto Requião, que recuperou terreno com a grita popular contra Richa e a vitória na Justiça contra o grupo de Orlando Pessuti pelo controle do PMDB.
Gustavo Fruet, se não vive o melhor dos mundos com o abandono da cidade e as explicações do aumento da passagem de ônibus, tem como patrimônio público uma excelente passagem pela Câmara Federal e até agora nenhuma acusação de mau uso de verbas públicas. Isto apesar de o seu partido, o PDT, ser coligado ao PT. Mudando alguns rumos administrativos pode ser candidato à reeleição e no ano de 2018 participar do jogo maior, que deve ter outros protagonistas como Álvaro Dias.
Se a parada está sinistra no momento para Richa, Gleisi e Fruet, o pior ainda virá. Pode ser que para todos eles – ou não. Tudo dependerá das habilidades que demonstrarem daqui para diante, inclusive no gerenciamento de pré-candidatos às prefeituras. Um fato, porém é imprescindível: a crise em todos os níveis exige talento para governar e atuar no Legislativo.