por Yuri Vasconcelos Silva
Tenho um relacionamento complicado. Do tipo grande e inapropriado, como um hipopótamo num campo de golfe. Participa da minha vida desde que nasci – e estará presente mesmo depois que eu acinzentar em um forno crematório. Entre todas as inconveniências proporcionadas por esta relação, a mais desagradável é sua nada sutil interferência constante em minha vida pessoal. O Estado. Presente em todas as compras que eu faço, qualquer que seja o negócio, ele me observa e retira um naco. O Estado quer saber quanto eu ganho ou quanto eu perco. Devo provar minha capacidade em dirigir um veículo a cada cinco anos. Para cruzar linhas fronteiriças, ele exige um passaporte bisbilhotado a cada cinco anos também, o que significa, entre outras provas, apresentar até comprovantes de casamento e divórcio dos meus pais. Dizem, de forma rude, que é para averiguar meu sobrenome. Mas um homenzinho paranoico dentro de mim berra que isso é controle. O Estado cuida de minhas digitais, de minha identidade, da forma que dirijo meu carro e minha quitanda. Ele quer saber o que tenho em casa, qual o salário da minha mulher, onde passo minhas férias. Quando volto de uma viagem e retorno ao país, o Estado me olha como um delinquente, uma espécie de traidor. Ele arregaça minhas malas e pergunta de onde é meu relógio. Num guichê da Receita, sou culpado até que prove minha inocência. O Estado regula o preço da energia, num amplo espectro que vai do combustível à eletricidade do meu microondas. Esta relação tem sido sufocante.
Preciso de um tempo sozinho e até Marte me pareceu uma boa alternativa. Confesso, no entanto, que ainda não sei como começar esta conversa com ele.
É isso aí, bravo Yuri. Quando embarcar para Marte, me chame que eu vou junto. Em relação ao Estado, o monstro sempre foi assim. O pior será se cair na mão de bandidos. Ou será que já caiu?…
Boa ! Mas o Estado, este Estado que temos agora, não só nos regula mas também nos afana, de uma forma legal, com os tributos, só que ultimamente, de forma indireta, terceirizada o Estado pegou nosso dinheiro com os escândalos em andamento e ainda outros que virão por aí. Seria bom não fazer muita propaganda de MARTE pois corremos o risco de que alguém, como o Lula acabe dizendo que foi ele que inventou o planeta e venda aos marcianos desavisados os programas que estão por aí e queira fazer uma sucessora que seria chamada a “mãe de marte”, isto porque aqui ela já pode ser considerada a “mãe de morte”.